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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

22º Capítulo de A Cabana





Emoção!!!!




Eu estava chocado com tudo aquilo. Eu sabia que Pedro havia se tornado alguém sem escrúpulos, mas não desalmado e insensível.

– E como você se vingou? – perguntei ainda muito impressionado com tudo, Thiago sorriu sem vida.

– Continuei a ser seu amigo e ignorei tudo o que eles fez com a minha irmã. – ele disse e ficou em silencio por um tempo. – Um tempo depois ele me contou sobre Juliana Rolim e sobre seu ex amigo Arthur Aguiar. – ele me olhou com um sorriso estranho no rosto. – Ele queria Arthur morto e contratou os meus serviços para tal coisa. Ele não se importava com onde e nem como, mas Arthur e suas filhas deveriam morrer, seus planos eram acalentar a tal de Juliana depois da sua morte e estar lá por ela, coisa que ele não fez pela minha irmã. – ele disse com veneno e acidez transbordando em sua voz. Eu vi então a minha chance de vingar a memória da minha irmã. – ele falou. – Cortei os freios do carro de Arthur. Eu o seguia a dias e sabia todos os seus passos, obviamente. Então em um dia que ele havia saído com toda a família para uma festa... Eu fiz o que achava que deveria ser feito. – ele falava de mim como se eu não estivesse ali. – No dia seguinte todos os jornais estampavam o triste acidente com a família Aguiar, Juliana e as duas crianças havia morrido e Arthur Aguiar estavam em coma. Trágico. – ele sorriu. – Pedro me procurou no mesmo dia furioso e violento eu o enfrentei e disse ter lhe dado, apenas aquilo que ele merecia. O cara ficou louco, mas não me procurou mais. Lógico que descobriram quem cortou os freios do carro através do sistema de vigilância da casa de festas, eu não fiz questão de me esconder. Eu queria ser preso mesmo, mas Alex Cassiano pegou o meu caso – provavelmente achando que eu delataria seu filho - e alegou insanidade pelo que havia acontecido com a minha irmã, ele tinha meios para conseguir atestados médicos e o fez. Os Cassiano não tem escrúpulo algum. – ele praticamente cuspiu as palavras. – E aqui estou eu batalhando para poder dar algum futuro para Emily e dar uma vida saudável para a minha mãe, e estou falhando miseravelmente.
iquei em silencio absorvendo tudo aquilo, era informação demais. Era crueldade demais, desumanidade demais. Pedro arruinou varias famílias apenas com o intento de conseguir o que queria, mas seus planos não saíram como o planejado no fim das coisas. No final todos perderam tudo.

– Thiago... – eu comecei. – Não estou aqui para me vingar de você, embora você mereça. – eu disse e ele concordou. Eu via que ele não ficou nada contente com a sua vingança e a culpa e o peso da morte de inocentes já era vingança o suficiente para ele, o destino se encarregaria do que deveria ser feito, eu não precisava sujar minhas mãos com nada. – Pedro Cassiano esta mais uma vez roubando tudo o que eu tenho. – eu falei capturando a sua atenção. – A mulher que amo. A família dela esta obrigando que ela se case com ele.

– Lua Blanco né? – ele perguntou e eu confirmei. – Pobre moça. – ele disse. – Mesmo eu não tendo espécie de contato algum com o crápula ainda sei de todos os seus passos. Aquela família esta ferrada na malha fina e com o governo, Pedro Cassiano perdeu tudo com jogos, drogas e mulheres, eles não tem mais um centavo nem pra comprar pão. – ele disse. – Eu sei dos planos dele.

– E você vai me ajudar a impedi-lo. – falei. – Você me deve isso.

– Devo. – ele concordou.
PDV Lua

Eu não dormi nada bem nessa noite, pois eu sabia que eu acordaria para o pior dia da minha vida. Ouvi batidas animadas na porta do meu quarto e a voz de minha mãe ao longe.

– Filhinha acorda é o grande dia! – ela disse com sua voz que mal continha a empolgação.

Eu me levantei e alisei meu pijama velho e todo furado. Ele tem sido meu melhor amigo nesses últimos dias, depois da minha coberta e do meu travesseiro, eles realmente me entendiam e sabiam o que eu estava sentindo... Eles eram bons ouvintes!

Eu não tomaria banho para o dia de hoje... Se eu pudesse agüentar eu ficaria uma semana toda sem tomar banho, mas isso ia longe dos limites da higiene! Então eu faria de tudo para arruinar o dia.

Eu já tinha meu plano perfeitamente traçado e sorri marota para o nada. Peguei minha lingerie de vaquinha, um conjunto de calcinha e sutiã totalmente infantil e nada sexy, e a vesti... Eu não seria sexy para o dia de hoje! Só de pensar no que eu teria que enfrentar durante a noite a bile subia por minha garganta! Se eu comesse alguma coisa hoje eu vomitaria no padre e depois pediria perdão pelo ato, ou então eu vomitaria no noivo e riria da sua cara pelo ato.

Já fazia uma semana que eu não via Mel, ela nem ao menos me mandou uma mensagem no celular, um e-mail, nada! Era como se ela e a família Aguiar nunca tivessem existido e a essa altura do campeonato eu já me questionava se eu não os havia inventado e minha mente.
Mas não... As reações que meu corpo tinha ao se lembrar dos toques carinhos desejosos de Arthur não poderiam ser inventadas nem pela mente mais criativa do mundo. Era real demais!

E eu lamentaria nunca mais sentir seus toques e seus beijos... Não que eu fosse contraria a idéia de meter uns inúmeros pares de cornos na cabeça de Pedro, mas seria como se eu estivesse traindo Arthur estar com outro e usá-lo depois. Arthur não merecia ser o outro, seu lugar pertencia somente ao Único.

Não vi o dia passar. Não ouvi as reclamações de minha mãe contra a minha roupa de baixo. Não percebi que fui maquiada e que meu pai tentou conversar comigo durante o dia. Eu era um robô que somente tinha movimentos reflexos eu não precisava pensar para agir, só agia.

Então foi com uma surpresa alarmante que eu me vi descendo do carro preto em frente à catedral de Forks. Meu pai me esperava com uma mão estendida em minha direção.

– Você está uma noiva muito linda. – disse ele e levantei meus olhos em sua direção, sem vida, sem emoção.

Nesse instante Mel parou ao meu lado, Micael ao lado dela e atrás deles o Sr. E a Sra. Aguiar, eu esticava meu pescoço procurando por mais alguém atrás deles e me decepcionei por não encontrar o que eu mais queria.

– Vai dar tudo certo. – disse Mel me abraçando.
– Não, não vai. – eu disse segurando o choro ao ver a família Aguiar entrando na igreja.

– Lua... – meu pai disse, mas o cortei, a marcha nupcial havia começado a tocar.

– Vamos logo acabar com essa merda toda. – eu disse azeda e meu pai me olhou surpreso, eu nunca havia falado assim antes em toda a minha vida.

Entrei com meu pai segurando meu braço. Eu não caminhei lentamente como as noivas comuns, porque as noivas comuns quando olhavam para o fim do corredor viam seus homens ali, felizes esperado-as, eu via Pedro Cassiano ali, ele não sorria, e não parecia mais feliz do que eu. Ele estava reto e com a postura rígida. Praticamente corri para o fim do altar. Aquilo era uma tremenda de uma palhaçada e eu queria começar logo para acabar logo e poder me matar depois... Não que eu fosse fazer isso, era só um termo de expressão ao qual eu me referia à noite de núpcias.

O padre pronunciou as palavras piegas demais, que milhões de pessoas no mundo todo já ouviu.

– Se alguém tem alguma coisa contra esta união, que fale agora ou se cale para sempre. – eu tenho serve? Recitei mentalmente, mas me surpreendi.

– Eu tenho. –disseram três vozes diferentes. Olhei para as mais próximas e vi meus pais em pé e de mãos dadas, meu peito se estufou.

– Nossa filha não será feliz nesse casamento. – disse meu pai olhando profundamente para minha mãe e depois para mim.

– Só percebemos isso um pouquinho tarde querida. – minha mãe disse e eu sorri e então meus olhos procuraram à terceira voz.

Todos os convidados olhavam para a entrada da catedral e me senti desfalecer quando vi um homem vestido num smoking negro parado na porta. Ele era lindo, seus cabelos cor castanho eternamente bagunçados balançavam na leve brisa que entrava pelas portas escancaradas. Havia um homem de pele morena parado ao lado de... Arthur. E então Arthur começou a caminhar em minha direção e sorri emocionada.

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